30 maio 2025

Crack - "Verdades e Mitos"

Sabemos que o “crack” é uma droga com um alto poder viciante, porém existem tabus sobre essa droga, e a falta de informação e curiosidade influenciam na decisão de muitos em experimentar essa droga, muitas vezes sem saber aonde ela irá chegar após o primeiro uso dessa substância.

Também muitos familiares de dependentes por desinformação não sabem como lidar com um usuário de crack dentro de casa e muito menos a auxiliar em momentos de tomar algumas decisões para ajudar o usuário a entrar em um processo de recuperação.

Algumas informações abaixo esclarecem o que é “verdade” e o que é “mito” sobre o droga da morte.

O crack gera dependência logo na primeira experiência?

Mito. Apesar de ser absorvido quase totalmente pelo organismo, apenas o uso recorrente do crack causa dependência. Diferentemente de outras drogas, entretanto, o crack provoca sensações intensas e desagradáveis quando seus efeitos passam, o que leva o usuário a repetir o consumo. Essa repetição, somada ao efeito potente da droga, pode levar à dependência de forma mais rápida.

O crack só atinge a população de baixa renda?

Mito. Inicialmente, o crack foi considerado uma droga "de rua", devido ao seu baixo custo e à sua capacidade de inibir a fome, levando moradores de rua e pessoas em situação de miséria a recorrer a ele como medida paliativa. No entanto, o contexto social do usuário também influencia — é mais comum tornar-se dependente quando o meio facilita o acesso. Hoje, o crack afeta todas as camadas sociais.

O usuário corre mais risco de contrair DSTs/AIDS?

Verdade. Isso ocorre porque os usuários da droga frequentemente adotam comportamentos de risco, como praticar sexo sem proteção. Além disso, muitos usuários crônicos recorrem à prostituição para obter a droga, o que aumenta os riscos de contaminação.

Se eu denunciar o traficante, meu filho será penalizado?

Mito. A identidade da pessoa que denuncia o traficante é preservada pelas autoridades policiais. Além disso, a lei brasileira não prevê restrição de liberdade para o uso de drogas, embora o porte continue sendo crime.

O médico é obrigado a notificar a polícia ao atender um usuário em situação de intoxicação aguda?

Mito. A legislação brasileira não obriga profissionais da saúde a notificarem as autoridades sobre atendimentos de usuários em estado de intoxicação. A polícia só é acionada em casos extremos, quando há risco para a integridade física do paciente ou de terceiros.

O crack é um problema apenas dos grandes centros urbanos?

Mito. Embora o crack tenha avançado rapidamente nos grandes centros urbanos, seu consumo também atinge cidades do interior e zonas rurais, onde o tráfico e o consumo da substância são preocupações crescentes.

O crack é pior que a maconha e a cocaína?

Verdade. O crack e a maconha têm efeitos distintos, mas o primeiro gera dependência e fissura de forma intensa, impactando severamente a vida do usuário. Em comparação com a cocaína inalada, o crack tem um efeito mais potente, pois sua absorção pelo organismo é mais rápida, atingindo diretamente a corrente sanguínea e o cérebro.

O crack sempre faz mal à saúde?

Verdade. Seu uso compromete diversas funções do organismo e da mente, afetando a atenção e a concentração, além de provocar insônia, alucinações e delírios.

É possível se livrar do crack?

Verdade. A dependência pode ser superada com tratamento adequado e apoio familiar, social e psicológico.

Usuários de crack são sempre violentos?

Mito. Alguns indivíduos já possuem tendência à agressividade e podem ficar mais violentos na abstinência da droga. Entretanto, a violência não é uma característica padrão de todos os usuários.

Usuárias de crack podem amamentar?

Verdade. No entanto, o uso da droga deve ser interrompido e a amamentação suspensa até que as substâncias tóxicas sejam eliminadas do organismo. Após esse período, com supervisão médica, a amamentação pode ser retomada.

O crack prejudica o feto?

Verdade. A droga afeta o desenvolvimento fetal ao comprometer a saúde da mãe e atingir a corrente sanguínea do bebê, reduzindo o fluxo de oxigênio, causando danos ao sistema nervoso e aumentando o risco de aborto espontâneo, hemorragias e malformações.

Bebês de mães usuárias nascem dependentes?

Mito. Não há comprovação científica de que bebês expostos ao crack desenvolvam abstinência. Os sintomas neonatais estão mais relacionados a alterações nos neurotransmissores do cérebro, podendo ser temporários.

Algumas pessoas têm predisposição genética para a dependência do crack?

Verdade. Existe predisposição genética para dependência química, não apenas ao crack, mas também a outras substâncias, como o álcool.

A maior verdade sobre o crack é clara e urgente: trata-se de uma droga com altíssimo poder viciante, de recuperação extremamente difícil, que causa uma devastação moral, familiar, social e profissional — e pode levar à morte.
Por isso, a melhor escolha é nunca experimentar.
E, para quem já está no uso, procurar ajuda especializada é o caminho mais seguro para uma nova chance de vida.

  

Auxílio e informações

faleconosco@alcooledrogas.com.br

Ver todos os links
Ver todos os links