20 maio 2025

A Sociedade e o Dependente Químico

 Não sei se posso dizer que há um descaso da sociedade com o dependente, mas esse é meu ponto de vista, e gostaria muito que não fosse assim.

As pessoas comuns da sociedade olham de maneira marginalizada para o dependente químico e alcoólico, esquecendo-se de que se trata de um problema de saúde reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), além de ser um problema social e educacional.

Se pararmos para pensar nos diversos motivos que levam uma pessoa a se tornar dependente, admitimos que não se trata de um simples caso de falta de vergonha na cara, como é comumente associado.

Por que uma criança, adolescente ou jovem inicia o uso de substâncias?

Infelizmente, vemos que, normalmente, as pessoas iniciam o uso por diversas razões, tais como:

Falta de estrutura familiar

Acessar página “A Família e o Dependente Químico”

Pobreza

Na grande maioria dos casos, o dependente químico vem de uma família pobre. É muito mais fácil e rentável para o jovem trabalhar no tráfico de drogas e, consequentemente, fazer uso delas do que conseguir um emprego formal.

Há um grande número de crianças abandonadas por todo o mundo e, uma vez que a sociedade não as acolhe, elas acabam sendo engolidas pela criminalidade, onde já há um alto índice de dependência.

Além disso, os locais de moradia das pessoas menos favorecidas não recebem a devida segurança, facilitando o acesso de traficantes e usuários.

Infelizmente, os mais pobres sofrem com discriminação, tendo pouco acesso ao lazer, à educação e à cultura. Em alguns casos, é mais fácil conseguir droga ou álcool do que alimento, e muitas crianças iniciam-se nas drogas por passarem fome.

Sem estrutura familiar, educacional e social, muitas pessoas recorrem às drogas ou ao álcool por se sentirem rejeitadas, discriminadas ou humilhadas.

Más companhias

A falta de acompanhamento familiar, a vulnerabilidade do local onde reside e a discriminação social ou racial levam muitos indivíduos a buscarem aceitação em grupos que oferecem o que lhes faltou em casa.

Falta de incentivo aos estudos

Até hoje não compreendo por que o pobre começa a estudar em uma escola pública e tem que terminar em uma universidade paga (quando consegue), enquanto o mais privilegiado financeiramente inicia em uma escola particular e termina em uma universidade pública.

A necessidade de os pais trabalharem fora, sem poder acompanhar devidamente seus filhos, somada à falta de acesso a cultura e lazer para crianças pobres, faz com que muitos jovens abandonem os estudos em busca dessas experiências.

Contato direto com álcool, drogas, traficantes e usuários nas proximidades dos colégios

É comum ver drogas circulando livremente dentro e ao redor das escolas, com fácil acesso para todos.

Interessante notar que, mesmo sendo um problema conhecido, nada é feito para combatê-lo.

Educação sobre dependência química

A dependência química deveria ser matéria obrigatória nas escolas, explicando os males que ela causa ao indivíduo, à família e à sociedade.

Os responsáveis pela educação deveriam contratar ex-dependentes para realizarem palestras de prevenção contra álcool e drogas em todas as escolas do país. Com certeza, isso reduziria o número de novos usuários e melhoraria a conscientização sobre o tema.

Discriminação e preconceito

Jovens, adolescentes e crianças são discriminados constantemente por sua condição social, cor, raça, estado de origem, credo religioso, deficiências físicas, entre outros.

O pior de tudo é que a discriminação e o preconceito parecem estar sendo ensinados dentro de muitas famílias brasileiras, especialmente por aquelas que nunca passaram fome ou enfrentaram a falta de moradia.

Falta de emprego

Faltam projetos sociais para incentivar os jovens e adolescentes a estudarem em um período do dia e, no outro, estagiarem em alguma empresa para aprender uma profissão.

Infelizmente, essas oportunidades são oferecidas apenas para uma parcela da sociedade mais privilegiada.

O país caminha para um futuro caótico em termos de mão de obra, já que as empresas não oferecem oportunidades aos jovens e discriminam aqueles com mais de 40 anos.

Comentários pessoais

Nosso país tem uma quantidade enorme de leis, mas muitas vezes me pergunto: para quê? Se muitas delas não são cumpridas e ninguém toma providências?

A venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos é proibida por lei, mas nossas crianças compram e consomem bebidas livremente, sem fiscalização.

As igrejas costumam não aprovar o uso de drogas e álcool, mas muitas delas vendem bebidas alcoólicas em suas festas, inclusive religiosas. Já perceberam que as quermesses de igreja vendem quentão, vinho quente e cerveja?

Nosso sistema carcerário, que deveria corrigir indivíduos que infringiram a lei, não consegue controlar o uso e o tráfico de drogas dentro dos presídios.

A entrada de drogas em nosso país acontece de diversas formas, burlando os sistemas de segurança nos aeroportos, portos, ferrovias e rodovias.

Propostas para mudança

· As penas para traficantes devem ser mais severas para inibir o comércio de drogas.

· As empresas deveriam oferecer palestras sobre dependência química para seus funcionários.

· Os veículos de comunicação devem abordar mais o tema e informar melhor a população.

· Conselhos de saúde devem educar a população sobre dependência química e alcoólica.

· Prefeituras devem fortalecer suas comissões antidrogas e fornecer mais recursos para combate à dependência.

· O governo pode investir na prevenção para reduzir os gastos com tratamentos de dependentes.

· Aplicação rigorosa das leis de trânsito ajudaria a reduzir acidentes causados pelo consumo de álcool e drogas.

· Pais devem eliminar o álcool e as drogas de dentro de suas casas, evitando que crianças sejam influenciadas.

· Clínicas e comunidades terapêuticas devem oferecer apoio psicológico para familiares dos dependentes.

 

Auxílio e informações

faleconosco@alcooledrogas.com.br

Ver todos os links
Ver todos os links