Os cigarros eletrônicos causam dependência química, principalmente devido à presença de nicotina na maioria dos e-líquidos. A nicotina é uma substância altamente viciante que atua no sistema nervoso central, liberando dopamina e criando uma sensação de prazer que leva à busca repetida pela substância.
Ciclo de Reforço: O uso regular leva à tolerância (necessidade de doses maiores para obter o mesmoefeito) e à síndrome de abstinência (sintomas desagradáveis como irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração) quando o uso é interrompido, perpetuando o ciclo da dependência.
Aromatizantes
e Marketing: Os sabores atraentes dos e-líquidos e o marketing direcionado,
muitas vezes com foco no público jovem, podem facilitar o início do uso e a
instalação da dependência.
Os cigarros
eletrônicos definitivamente causam dependência psicológica, e essa é uma
parte importante da discussão sobre seus riscos. Embora a dependência física
esteja primariamente ligada à nicotina, a dependência psicológica envolve
fatores comportamentais, emocionais e sociais.
Como os
cigarros eletrônicos contribuem para a dependência psicológica:
Associação a
rituais e hábitos: O ato de pegar o dispositivo, levá-lo à boca, inalar e
exalar se torna um hábito, muitas vezes associado a momentos específicos do
dia, como após as refeições, durante pausas no trabalho ou em situações
sociais. Essa repetição cria uma forte ligação mental com o ato de
"vapar".
Alívio de
sintomas: Muitas pessoas relatam usar cigarros eletrônicos para aliviar o
estresse, a ansiedade ou o tédio. Essa associação do ato de "vapar"
com o alívio de emoções negativas cria uma dependência psicológica, onde
o indivíduo sente necessidade de usar o dispositivo para lidar com essas
sensações.
Fatores
sociais e de identidade: Para alguns jovens, o uso de cigarros eletrônicos
pode estar ligado à aceitação social, à sensação de pertencimento a um grupo ou
à construção de uma determinada imagem ou identidade. Essa pressão social e a
identificação com o ato de "vapar" contribuem para a dependência
psicológica.
Gatilhos
sensoriais: Os sabores dos e-líquidos, o "vapor" produzido
e a sensação na garganta podem se tornar gatilhos psicológicos, levando ao
desejo de usar o cigarro eletrônico mesmo quando não há uma necessidade física
imediata de nicotina.
Condicionamento:
Ao longo do tempo, o cérebro associa certos lugares, pessoas ou situações ao
ato de "vapar". Esses estímulos podem desencadear um forte desejo
psicológico de usar o cigarro eletrônico.
Mesmo que alguém
utilize um e-líquido com baixa concentração de nicotina ou sem nicotina, a dependência
psicológica ainda pode ser um obstáculo significativo para parar de usar o
cigarro eletrônico. Os hábitos, as associações emocionais e sociais podem ser
difíceis de quebrar.
Existem
Cigarros eletrônicos onde a Nicotina é substituída por THC (Principal
componente PSICOATIVO da Maconha).
Esses
dispositivos funcionam de maneira semelhante aos vapes de nicotina: um líquido
contendo THC (muitas vezes chamado de "óleo de THC" ou
"destilado de THC") é aquecido por uma bateria, produzindo um
aerossol que é inalado pelo usuário.
Pontos
importantes sobre o uso de THC em cigarros eletrônicos:
Legalidade:
No Brasil o uso de Cigarros Eletrônicos com THC é ilegal igualmente á Maconha,
bem como a comercialização e o uso por recreação.
Formas: O
THC para vaping pode vir em diversas formas, incluindo óleos, destilados, ceras
e outros concentrados.
Riscos à
Saúde: Assim como os vapes de nicotina, os vapes de THC também apresentam
riscos à saúde. Além dos potenciais danos pulmonares associados ao vaping em
geral (como a EVALI, que em muitos casos foi ligada a aditivos em produtos de
THC ilegais), o uso de THC pode ter efeitos psicoativos, prejudicar o
desenvolvimento cerebral em jovens, afetar a saúde mental e levar à
dependência.
Aparência:
Os dispositivos para vaping de THC podem ser muito semelhantes aos vapes de
nicotina, o que pode dificultar a identificação do que está sendo consumido.
É importante
estar ciente de que o uso de THC em cigarros eletrônicos é uma questão complexa
com implicações legais e de saúde significativas.
Onde Buscar
Ajuda:
Clínicas de
Tratamento de Dependência Química em Geral: Embora possa não haver clínicas
especificamente focadas em "dependência de vape", as clínicas que
tratam dependência química (incluindo a dependência de nicotina) são o local
mais provável para encontrar ajuda. A dependência de nicotina, seja ela
proveniente de cigarros tradicionais ou eletrônicos, é uma condição reconhecida
e tratada nessas clínicas.
Centros de
Atenção Psicossocial (CAPS): Os CAPS, especialmente os CAPS AD (Álcool e
Drogas), oferecem tratamento multidisciplinar para pessoas com transtornos
relacionados ao uso de substâncias, incluindo a dependência de nicotina. Eles
podem oferecer acompanhamento psicológico, psiquiátrico e social.
Serviços de
Saúde Pública: Unidades básicas de saúde e outros serviços da rede pública
podem oferecer avaliação inicial e encaminhamento para serviços especializados
em dependência química.
Grupos de
Apoio: Grupos como os Narcóticos Anônimos (NA) ou outros grupos de apoio
para dependência podem ser úteis, mesmo que o foco principal não seja o
vape, pois abordam os aspectos comportamentais e emocionais da dependência.
Profissionais
de Saúde Individuais: Psicólogos e psiquiatras com experiência em
dependência podem oferecer tratamento individualizado para a dependência de
nicotina e os fatores psicológicos associados ao uso de vape.
Considerações
Importantes:
Foco na
Nicotina: A dependência primária no caso do vape geralmente é da nicotina.
Portanto, o tratamento será semelhante ao da dependência de cigarro
tradicional, com abordagens como terapia cognitivo-comportamental,
aconselhamento motivacional e, em alguns casos, terapia de reposição de
nicotina (embora a TRN para quem usa vape precise ser adaptada).
Aspectos
Comportamentais e Psicológicos: O tratamento também precisará abordar os
aspectos comportamentais e psicológicos específicos do uso de vape, como os
rituais, os gatilhos e as associações sociais.
Substâncias
Adicionais: É importante lembrar que alguns usuários de vape consomem
e-líquidos contendo outras substâncias além da nicotina (como THC ou outras
drogas sintéticas), o que exigiria uma abordagem de tratamento mais
abrangente.
Conscientização
Crescente: À medida que o uso de vape se torna mais prevalente e seus
riscos são mais reconhecidos, é possível que no futuro surjam clínicas ou
programas mais especificamente voltados para a dependência desses dispositivos.
No entanto, no momento, o tratamento é geralmente integrado aos serviços
existentes para dependência química e de nicotina.
Recomendação:
Se você ou
alguém que você conhece precisa de ajuda para lidar com a dependência de vape,
o primeiro passo é procurar um profissional de saúde (médico, psicólogo) ou um
serviço especializado em dependência química. Eles poderão fazer uma avaliação
completa e indicar o tratamento mais adequado.
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